terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Natal

Este deveria ser um daqueles posts bonitos sobre o Natal, com mensagens de esperança, amor e fraternidade. Gostaria de saber fazer um, decentemente. Mas passei este natal esquisito, tenso. Às vezes me pego assim, nessas datas de festividades e abusos. Sem moralismos, não é nada disso, mas não me sinto seguro em sair de casa com tanta gente bêbada dirigindo. Mas, também, pode ser o trágico dos últimos dias que me afetou.

Tive o desprazer de presenciar o acidente que vitimou 4 pessoas na Marginal, aqui em Sorocaba, no último sábado. Estava entrando no Pub, quando ouvimos o barulho da batida. Cerca de meia hora depois, pelas janelas da casa, pude ver quatro ou cinco viaturas dos bombeiros, além de ambulâncias do resgate. Foi muito forte a batida, mas nunca se imagina que naquele acidente que acabou de acontecer pode haver vítimas fatais. Na saída, a Marginal estava interditada no local, mas ainda podia-se ver os carros destruídos.

No dia seguinte, vejo a notícia de outro acidente, com um motociclista morto. E, ontem, lendo ao Bah! Caroço, mais uma vítima fatal, em acidente.

Saí tenso para o jantar na casa de minha avó, depois de ver várias barbeiragens. Admitem-se os excessos, em função da festa. Cada cruzamento deve ser feito com muita atenção; sempre pode ter um bêbado motorizado, na perpendicular. Próximo à casa de minha avó, uma caminhonete, dessas grandes, tipo F250, entra na rua à direita, em alta velocidade, derrapando. A cerca de 50m da esquina, um grupo de 15 ou 20 pessoas comemora o Natal na calçada. Outra derrapada, para não atropelá-los. E torço para chegar em casa a salvo de algum louco que cruze meu caminho.

Como já disse acima, não é moralismo, muito pelo contrário. Não me importo com os excessos individuais, mas com o risco que podem causar aos outros. Me indigno, e de maneira excessiva, quando pessoas se acidentam, ou são atropeladas, porque um babaca resolveu encher a cara e testar a potência do motor 1.0 que teve condição de comprar. Ou que ganhou dos pais, porque fez 18 anos e já está grandinho.

No fim do ano passado, houve um atropelamento com morte em frente ao Depois. Eu estava lá até quinze minutos antes de tudo acontecer. Ainda bem, porque eu estaria na linha de frente do linchamento do cara. Não tenho o sangue-frio (ou sensatez) de assistir de longe e fazer a minha parte ligando para a polícia. Não tenho o cinismo de acreditar que o bêbado não teve intenção de matar, mesmo correndo o risco de dirigir num declive a 120km/h.

Gostaria que esse fosse um post de congratulações; mas se eu soubesse fazer um, ganharia dinheiro com cartões de natal. Só posso desejar muita atenção, muito cuidado. Se o Natal pode ser uma época de amor ao próximo, é uma boa começar tendo um pouco mais de apreço com os demais. Boas festas! Feliz feliz!

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