terça-feira, 23 de dezembro de 2008

23 de dezembro

Foi sozinho na balada, com a lata de cerveja na mão e o um pra cá um pra lá que eu chamo de dança, que a vi pela primeira vez. Ela, cercada de amigos, ria com um sorriso gostoso, desses que dá uma vontade desesperada de beijar quem sorri. “Shyness is nice and / Shyness can stop you / From doing all the things in life / You'd like to...” Quando pensei em me apresentar (eu não sou de chegar em alguém do nada, reflito 342 vezes antes de uma investida), seu namorado chegou.

Durante muito tempo eu a encontrei nos bares e baladas, mas, principalmente, a encontrava na mesma rua, todo dia, pouco antes das 8 da manhã.
Não nos falávamos. Eu, porque sou tímido; ela, porque eu “a ignorava”.

Muitos momentos de “se eu tiver coragem, vou lá falar com ela” depois, eu a vi em uma festa, sozinha, encostada na caixa de som. “If I told you things I did before / Told you how I used to be / would you go along with someone like me…” Era o momento que eu esperava há tempos. Me apresentar, conversar... quem sabe com muita sorte, tascar-lhe uma bitoca. Mas dessa vez era eu quem estava acompanhado. Lamentei a oportunidade perdida e prometi a mim mesmo que na próxima vez que a encontrasse entraria em contato; aquela situação já estava ficando ridícula.

Dali três dias eu a encontrei novamente na mesma balada e duas doses de tequila e algumas cervejas depois eu invadi a pista de dança em sua direção. Lado a lado... a Madonna cantava “Music makes the people come together...” oi tudo bom? tudo bem e você? “Run run run run run run run away…”, vou pegar uma breja, tá a fim? vam’lá “I like to move it, move it...” sabe que… e o mundo pára.

Não te larguei mais desde então. No dia seguinte comemorei, em silêncio, o presente de natal que o destino me reservou.


Músicas do texto (in order of appearance):


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